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A grande santidade de Francisco foi, acima de tudo, obra de Deus, mas a educação cristã que recebeu de seus pais ajudou o Céu. |
2 de abril: São Francisco de Paula, fundador de Mimines (1416-1508)
Foi na pequena cidade de Paula, na Calábria, que nasceu o Santo, que levou sua humildade ao ponto de querer ser chamado o menor, o Mínimo, entre os filhos de Jesus Cristo. Francisco era mais filho da graça do que da natureza, pois veio ao mundo contra toda esperança e, na noite de seu nascimento, brilhantes raios de luz foram vistos no telhado da casa de seus pais, simbolizando a tocha que acabara de aparecer na Igreja.
A infância desta pequena criança predestinada foi bastante extraordinária. Vigílias e abstinências foram inspiradas nele pelo Céu desde a mais tenra idade; Assim que se levantou, seu primeiro pensamento foi correr para a igreja, onde passava a maior parte dos dias, nunca se aborrecendo com o bom Deus, como ele dizia em sua linguagem ingênua.
Admiremos a bela resposta que ele deu um dia à sua mãe, que o aconselhou, no frio, a cobrir a cabeça enquanto rezava o terço: "Mãe", disse-lhe ele, "se eu estivesse falando com uma rainha, você me ordenaria manter a cabeça descoberta; mas a Santíssima Virgem não é mais do que todas as rainhas, já que Ela é a Mãe de Deus e a Soberana do universo?"
Aos treze anos, seus pais o colocaram por um ano em um convento de São Francisco; sua virtude e regularidade foram confirmadas por milagres. Um dia, o irmão sacristão mandou-o buscar fogo para o incensário; ele corre até lá e, não tendo nenhum instrumento, enche seu manto com brasas acesas, que ele coloca com os dedos, uma a uma, no incensário, sem deixar o menor vestígio de queimado em seus dedos ou em sua vestimenta.
Aos quatorze anos, Francisco se tornou um eremita e se enterrou em uma rocha profunda perto do mar, determinado a viver e morrer ali, esquecido pelos homens. Mas Deus, que queria que ele fosse o fundador de uma ordem religiosa, enviou-lhe uma multidão de discípulos, de modo que depois de seis anos ele teve que construir um grande mosteiro onde, conta um historiador, Francisco trouxe mais milagres do que pedras e pedaços de madeira.
Ele curou tantos doentes que levou os médicos ao desespero; ele ressuscitou muitos mortos; Ele cruzou o braço de mar que separa a Calábria da Sicília em seu casaco, com dois de seus irmãos. Mas o maior milagre é a sua própria santidade. À noite, enquanto seus irmãos dormiam, ele orou novamente. Ele sempre andava descalço, por pedras, neve e lama; o cilício era a sua vestimenta, e a terra, a sua cama. Imitando Nosso Senhor, ele passou a Quaresma inteira sem comer.
É um fato histórico que o rei Luís XI, informado de seu poder milagroso, o fez vir para obter a cura de uma doença fatal. O Santo obteve para ele mais do que saúde física; ele o preparou para morrer como cristão. Francisco morreu na França, numa sexta-feira, às 3 horas da tarde.
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Basílica de San Francesco di Paola em Nápoles (Itália) |
Fundou a Ordem dos Irmãos Mínimos.
1416-1507
Tiago era um simples lavrador que extraia do campo o sustento da família. Muito católico, tinha o costume de rezar enquanto trabalhava, fazia seguidos jejuns, penitências e praticava boas obras.
Sua esposa chamava-se Viena e, como ele, era boa, virtuosa e o acompanhava nos preceitos religiosos. Demoraram a ter um filho, tanto que pediram a são Francisco de Assis pela intercessão da graça de terem uma criança, cuja vida seria entregue a serviço de Deus, se essa fosse sua vontade.
No dia 27 de março de 1416, nasceu um menino que recebeu o nome de Francisco, em homenagem ao Pobrezinho de Assis.
Aos onze anos, Francisco foi viver no convento dos franciscanos de Paula, dois anos depois vestiu o hábito, mas teve de retornar para a família, pois estava com uma grave enfermidade nos olhos. Junto com seus pais, pediu para que são Francisco de Assis o ajudasse a ficar curado. Como agradecimento pela graça concedida, a família seguiu em peregrinação para o santuário de Assis, e depois a Roma. Nessa viagem, Francisco recebeu a intuição de tornar-se um eremita.
Assim, aos treze anos foi dedicar-se à oração contemplativa e à penitência nas montanhas da região. Viveu por cinco anos alimentando-se de ervas silvestres e água, dormindo no chão, tendo como travesseiro uma pedra. Foi encontrado por um caçador, que teve seu ferimento curado ao toque das mãos de Francisco, que o acolheu ao vê-lo ferido.
Depois disso, começou a receber vários discípulos desejosos de seguir seu exemplo de vida dedicada a Deus. Logo Francisco de Paula, como era chamado, estava à frente de uma grande comunidade religiosa.
Fundou primeiro, um mosteiro e com isso consolidou uma nova ordem religiosa, a que deu o nome de "Irmãos Mínimos". As Regras foram elaboradas por ele mesmo. Seu lema era: "Quaresma perpétua", o que significava a observância do rigor da penitência, do jejum e da oração contemplativa durante o ano todo, seguida da caridade aos mais necessitados e a todos que recorressem a eles.
Milhares de homens decidiram abandonar a vida do mundo e foram para o mosteiro de Francisco de Paula, por isso teve de fundar muitos outros.
A fama de seus dons de cura, prodígios e profecia chegou ao Vaticano, e o papa Paulo II resolveu mandar um comissário pessoalmente averiguar se as informações estavam corretas.
E elas estavam, constatou-se que Francisco de Paula era portador de todos esses dons. Ele previu a tomada de Constantinopla pelos turcos, muitos anos antes que fosse sequer cogitada, assim como a queda de otranto* e sua reconquista pelos cristãos.
Diz a tradição que os poderosos da época tinham receio de suas palavras proféticas, por isso, sempre que Francisco solicitava ajuda para suas obras de caridade, era prontamente atendido. Quando não o era, ele dizia que não deviam esquecer que Jesus dissera que depois da morte eles seriam inquiridos sobre o tipo de administração que fizeram aqui na terra, e só essa lembrança era o bastante para receber o que havia pedido para os pobres. Depois, o papa Sixto IV mandou que Francisco de Paula fosse à França, pois o rei, Luís XI, estava muito doente e desejava preparar-se para a morte ao lado do famoso monge. A conversão do rei foi extraordinária. Antes de morrer, restabeleceu a paz com a Inglaterra e com a Espanha e nomeou Francisco de Paula diretor espiritual do seu filho, o futuro Carlos VIII, rei da França.
Francisco de Paula teve a felicidade de ver a Ordem dos Irmãos Mínimos aprovada pela Santa Sé em 1506. Ele morreu aos noventa e um anos de idade, no dia 2 de abril de 1507, na cidade francesa de Plessis-les-Tours, onde havia fundado outro mosteiro. A fama de sua santidade só fez aumentar, tanto que doze anos depois, em 1519, o papa Leão X autorizou o culto de são Francisco de Paula, cuja festa litúrgica ocorre no dia de sua morte.