28 de abril: São Paulo da Cruz, fundador da Congregação da Paixão de Jesus Cristo ( 1694-1775 )
Na noite em que Paulo veio ao mundo, em Ovada, na Ligúria, um esplendor maravilhoso iluminou o quarto de sua mãe. Quando criança, ele caiu em um rio e deve sua vida somente à intervenção da Santíssima Virgem.
Paulo logo justificou esses presságios de santidade: ele dormia em tábuas com uma pedra como travesseiro; De manhã cedo ele rezava, depois se disciplinava, mas com tanta força que, mais de uma vez, seu irmão foi obrigado a arrancar o instrumento de penitência de suas mãos. Às sextas-feiras, ele comia apenas um pedaço de pão mendigado e bebia fel misturado com vinagre.
Aos vinte e dois anos começou a exercer uma espécie de apostolado entre os jovens; Primeiro eles zombaram de seus discursos, depois reformaram sua moral e dez deles mais tarde abraçaram a vida monástica. Seus pais queriam casá-lo: ele nem sequer levantou os olhos para a jovem que lhe ofereceram. Com a morte de um tio, ele recusou sua herança, renunciando a tudo para trilhar o caminho da penitência cristã.
Uma visão lhe disse que Deus o havia destinado a estabelecer a congregação dos Passionistas. Imediatamente mandou raspar os cabelos, ajoelhou-se diante do pai e da mãe para receber a bênção, vestiu uma túnica grosseira de tecido preto e foi escrever, no silêncio da solidão, sob a inspiração de Deus, a regra do seu instituto.
O bispo de Alexandria confiou-lhe o ofício de pregar por um tempo e logo permitiu que ele partisse para Roma. No caminho, a tempestade o jogou no Monte Argentaro. Este lugar deserto parecia-lhe adequado para sua futura comunidade; Ele retornou para lá quando o dono da sala o expulsou para Roma como um vagabundo.
Bento XIII conferiu-lhe o sacerdócio e permitiu que ele levasse companheiros para oração e estudo. A partir daí, ele lançou as bases de sua associação religiosa. Teve, como a maioria das grandes obras, um começo difícil; mas as bênçãos do céu não lhe faltaram, e ela logo viu súditos de grande distinção vindo até ela.
Em 1737, a igreja e o convento de Argentaro foram solenemente abençoados. Três anos depois, Bento XIV fez examinar as regras dos Passionistas e as aprovou por bula em 1746. Acrescentaram aos três votos ordinários o de pregar com amor a paixão do Salvador. Paulo e seus companheiros realizaram isso com tanto zelo que trouxeram de volta inúmeros pecadores, hereges e pessoas ímpias. Paulo falou especialmente dos tormentos do Salvador com tanta unção e veemência que ele e seu público estavam em lágrimas, e os corações mais endurecidos foram movidos ao arrependimento.
A chama que o amor divino mantinha no peito deste homem angelical chegava às vezes a queimar a veste que lhe tocava o coração; e quando ele subiu ao altar sagrado, lágrimas inundaram seu rosto; às vezes até transportes extáticos o elevavam da terra, e todo o seu exterior participava do esplendor de sua alma.
Amado pelos papas, venerado pelos sacerdotes e pelos fiéis, Paulo foi sempre humilde, a ponto de se considerar um servo inútil, um miserável pecador, digno de ser pisoteado pelos homens e pelos demônios.
Este santo amante da paixão do Salvador morreu em Roma, depois de ter exortado os seus irmãos, com a mais tocante ternura, a conservarem a sua santa vocação. Ele viveu oitenta e um anos.
Sacerdote, místico, pregador, dotado de poderes milagrosos de cura e profecia, fundador dos Passionistas – nasceu Paolo Francesco Danei em 3 de janeiro de 1694, na cidade de Ovada, Itália e morreu aos 81 anos em 18 de outubro de 1775, no Retiro dos Santos João e Paulo (SS. Giovanni e Paolo), Roma. Na época de sua morte, a congregação fundada por São Paulo da Cruz tinha cento e oitenta padres e irmãos, vivendo em doze Retiros, a maioria nos Estados Pontifícios. Havia também um mosteiro de irmãs contemplativas em Corneto (hoje conhecido como Tarquinia), fundado por Paulo alguns anos antes de sua morte para promover a memória da Paixão de Jesus por sua vida de oração e penitência. São Paulo da Cruz foi beatificado em 1º de outubro de 1852 pelo Papa Pio IX e canonizado em 29 de junho de 1867 pelo mesmo Papa. Suas relíquias também se encontram na Igreja de São João e São Paulo, em Roma. Padroados – Ordens Passionistas de Padres e Irmãs, de Ovado, Itália, e da Diocese de Pitigliano-Sovana-Orbetello, também na Itália.

Paulo podia ver quantos de seus contemporâneos não sabiam que o amor de Deus não os havia abandonado. Os doentes, os pobres, as pessoas comuns de sua época tinham poucas horas de descanso, pouca esperança de cura e viviam com medo paralisante da guerra e do derramamento de sangue. Poucos encontravam força espiritual nos serviços ritualísticos da Igreja, que se tornavam cada vez mais inacessíveis para aqueles que viviam à margem da sociedade. Eram essas pessoas abandonadas que Paulo queria alcançar e, por fim, foi para junto delas que Paulo viajou longas horas por campos áridos para pregar uma mensagem de fé, compaixão e redenção amorosa.
"Congregação da Paixão".
Por mais de 40 anos, Paulo e seus "companheiros de pensamento semelhante", os Passionistas, pregaram a memória amorosa da paixão e morte de Jesus Cristo. Paulo desafiava seus ouvintes a morrerem uma morte mística com Cristo, a fim de ressuscitarem com Cristo para uma vida de fé e amor. Os doentes e os pobres continuaram sendo destinatários especiais dos cuidados de Paulo, mas ele também pregava ao clero e os lembrava de suas obrigações de servir aos negligenciados. Após muitos anos pregando, ensinando e servindo à comunidade Passionista como seu fundador e líder, Paulo faleceu em 1775.
Paulo recebeu dons de profecia e cura do Espírito Santo. Ele era tão poderoso quando pregava e tão gentil na confissão que trouxe muitos pecadores de volta ao Senhor. Paulo disse certa vez: "A Inglaterra está sempre diante dos meus olhos, e se algum dia ela se tornar católica novamente, o benefício para a Igreja será imensurável".