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Bernardino, condenado pelo Papa por falsas notícias, permanece em silêncio: foi o suficiente para esclarecer seu juiz. Falemos com nossas boas obras e virtudes, e não com nossas línguas. |
20 de maio: São Bernardino de Sena, franciscano ( 1380-1444 )
A principal característica da vida deste grande Santo é o seu extraordinário amor à Santíssima Virgem. Nascido em 8 de setembro de 1380, dia da Natividade de Maria, Bernardino foi privado, ainda jovem, de seus nobres e piedosos pais; mas ele encontrou em uma de suas tias uma verdadeira mãe. Um dia, vendo aquela mulher se recusar a dar dinheiro a um homem pobre, ele lhe disse: "Pelo amor de Deus, dê a este pobre homem; caso contrário, não tomarei nada hoje."
Sua pureza era tão grande que a menor palavra imprópria o afligia profundamente: "Silêncio", diziam os estudantes quando o viam aparecer no meio de suas conversas muito livres, "silêncio, aqui está Bernardin!"
Aos dezessete anos, ingressou numa irmandade de enfermeiros e, durante quatro anos, num hospital, com rara devoção e gentileza, cuidou de todas as enfermidades humanas. Tratando-se com a maior severidade, ele pensava apenas nas necessidades dos outros; Ele se mostrou especialmente heróico em uma terrível praga, onde impôs mil fadigas a si mesmo e desafiou a morte mil vezes.
A inspiração do Céu o levou então aos franciscanos, que logo o lançaram na pregação. Graças à bondade de sua Mãe celestial, sua voz, fraca e quase apagada, tornou-se inesperadamente clara e sonora; Bernardino foi um apóstolo tão brilhante em sua eloquência quanto em seu conhecimento, e trouxe frutos maravilhosos de salvação na Itália.
Um dia, louvando a Santíssima Virgem, ele aplicou a Ela estas palavras do Apocalipse: "Um grande sinal apareceu no Céu". No mesmo momento, uma estrela brilhante apareceu acima de sua cabeça. Em outra ocasião, falando em italiano, ele foi perfeitamente compreendido pelos ouvintes gregos que conheciam apenas sua língua materna.
Um dia, um pobre leproso pediu-lhe esmola; Bernardin, que nunca carregava dinheiro, deu-lhe seus sapatos; mas mal o infeliz os calçou, sentiu-se aliviado e viu desaparecer todos os vestígios de lepra.
Bernardino, indo pregar, teve que atravessar um rio e não conseguiu passagem de um barqueiro ganancioso a quem não tinha nada para dar. Confiando em Deus, ele estendeu seu manto sobre as águas e, subindo naquele frágil barco, atravessou o rio.
É de Bernardino de Sena que remonta a devoção ao santo Nome de Jesus: ele não conseguia pronunciar este nome sem experimentar transportes extraordinários. Ele também foi um dos apóstolos mais zelosos do culto a São José.
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Túmulo de São Bernardino de Siena, Basílica de São Bernardino de Siena em L'Aquila (Itália) |
Nasceu em Massa, perto de Siena, em 1380. Cedo perdeu os pais e sua educação foi confiada a uma tia, de nome Diana, mulher de grande e sólidas virtudes. Menino ainda, manifestou Bernardino uma predileção declarada pela oração, pela vida religiosa e pelo estudo. Grande era o amor que tinha à pureza do coração. Não dando maus exemplos aos companheiros, também não tolerava proferissem uma palavra sequer contra o pudor. Bastava-lhe a presença, para contê-los na linha. "Calados, aí vem Bernardino!", diziam interrompendo a conversa, pois sabiam que lhes importava uma repreensão. Um homem que se atrevera a dizer palavras obscenas em presença de Bernardino, dele recebeu um tapa no rosto, com a intimação de não continuar e proferir obscenidades. Contra um outro despudorado recrutou um bando de meninos, que a pedradas o perseguiam até fora da cidade. Diana tinha uma filha muito piedosa, de nome Tobia. Bernardino de vez em quando a visitava com o fim de receber salutares instruções. Um dia, Bernardino confidenciou à tia que achava-se enamorado de uma donzela formosíssima e lhe faltaria paz e sossego se não a visitasse diariamente. A piedosa Diana, ao ouvir tal declaração, não pouco se assustou sem, porém, dar demonstração de desassossego. Para descobrir o segredo de Bernardino, observou-o atentamente e qual não foi a alegria e consolo quando soube que a querida de Bernardino era Maria Santíssima, a Virgem Imaculada, cuja imagem belíssima encontrava-se às portas da cidade. Bernardino contava 20 anos, quando sua terra foi visitada pela peste, tendo com muita dedicação tratado dos doentes no hospital, serviço esse que perdurou quatro meses, quando se sentiu acometido por violenta febre. Reconvalesceu, porém, e foi morar num subúrbio de Siena, onde , com extremo fervor, dedicou-se às obras de caridade para conhecer a vontade de Deus, relativa à sua vocação. Após longo exame, decidiu-se pelo hábito de São Francisco e foi admitido na ordem. Em pouco tempo admitiu tal popularidade que era chamado o "Apóstolo da Itália". As igrejas foram ficando pequenas para comportar o povo e em muitos lugares as práticas eram feitas ao ar livre.Em determinada cidade atacou com tal vigor a jogatina que não havia mais quem quisesse pegar no baralho. Um homem queixoso, apresentou-se ao Santo homem, pois vivia do fabrico de cartas de jogo, pois, fechadas as espeluncas, não vendia os dantes procurados artigos. Bernardino, consolando-o, recomendou-lhe que fabricasse santinhos e objetos de devoção, no que foi atendido, e o homem, em vez de continuar queixoso, muito lhe agradeceu, pois muito maior lhe foi em seguida o lucro com a venda desses produtos. Três vezes foi-lhe oferecida a dignidade episcopal, uma dessas, inclusive, pelo próprio Papa. Bernardino, porém, negou-se a aceitá-la, alegando que esperava fazer maior bem no apostolado da pregação. Inimigos surgiram-lhe nas pessoas que mais se sentiram melindradas pelas suas verberações francas e evangélicas. De parte desses , vieram muitas calúnias e perseguições atrozes. Bernardino porém, não deixou intimidar-se, defendendo-se curta e claramente, deixando o resto à Deus. Quando, pela primeira vez, em companhia de um irmão leigo, passava a sacola esmolando pelas ruas da cidade, uns meninos mal educados passaram a zombar do Santo e a atirar-lhe pedras. O companheiro, indignado com tal desconsideração, quis reagir e dar-lhes a merecida paga. Bernardino, porém disse-lhe: "Deixa os meninos divertirem-se. Que mal faz? Não nos ajudam a ganhar o céu com a prática da paciência?" Em outra ocasião foi convidado por uma fidalga a procurá-la no seu palacete. Bernardino, na boa fé de receber uma esmola lá esteve, porém, grande foi a sua decepção. Em vez da esmola, recebeu da mulher propostas indecorosas, com ameaça de gritar por socorro e denunciá-lo, caso não a atendesse. O Santo empalideceu. Procurou um meio de sair da terrível emboscada. Curta foi-lhe a hesitação.
Tirou do bolso um azorrague e curtiu tão desapiedadamente a própria pele, que a tentadora sequer lembrou-se da idéia infame e pediu-lhe humildemente perdão. Assim, Bernardino, salvou sua inocência. No ano de 1444, o Santo achava-se no caminho de Nápoles, onde ia pregar uma missão. Chegando a Aquila achou-se tão doente, que pediu os Santos Sacramentos, da Extrema Unção e do Viático. Pressentindo o desenlace, pediu que o deitassem ao chão sobre a cinza, elevou os olhos ao céu e nesta posição entregou a alma ao Criador. Depois de apenas seis anos, em 1450, o Papa Nicolau V o canonizou. O túmulo de São Bernardino se acha na Igreja dos Franciscanos em Áquila, onde tem sido glorificado com muitos milagres.