19 de maio: São Pedro Celestino, Papa ( 1221-1296 )
Pedro, o décimo primeiro dos doze filhos de um pobre fazendeiro italiano, nasceu em 1221; Recebeu uma educação mais cuidadosa que a de seus irmãos, graças às extraordinárias disposições de inteligência e piedade que demonstrou desde cedo.
Quando criança, ele ingenuamente contava à sua mãe sobre as visitas que recebia dos Anjos e da Santíssima Virgem. A mãe, para testar a realidade dessas visões, ordenou-lhe, num tempo de fome, que fosse cortar um pouco de trigo enquanto ainda estava verde; Pedro correu até lá e trouxe um trigo muito bom e bem maduro.
Ainda jovem, ele resolveu deixar o mundo em busca da solidão. Seu primeiro retiro foi uma floresta, onde permaneceu seis dias em jejum e oração ininterruptos; Então ele escalou uma montanha selvagem e se retirou para uma caverna escura como um túmulo, sem cama além da terra e sem roupa além de um cilício.
Durante três anos, apesar do jejum diário, ele foi assaltado por todos os tipos de pensamentos de desânimo, sensualidade, volúpia; mas ele foi fortalecido por frequentes visões de anjos. Ele aceitou receber o sacerdócio, para encontrar na Eucaristia apoio contra as tentações.
A santidade do solitário atraiu discípulos: esta foi a origem deste ramo da Ordem de São Bento, cujos monges são chamados Celestinos. Eles viviam em cabanas feitas de espinhos e galhos, mas Deus se alegrava em sua terrível solidão com doces harmonias celestiais e visitas de espíritos abençoados.
Muito mais austero que seus monges, Pierre comia apenas pão de farelo muito preto e muito duro; jejum durante quatro Quaresmas, geralmente consumindo apenas ervas cruas, uma vez a cada três dias. Coberto de instrumentos de penitência, dormia sobre o ferro e não sobre a terra: uma voz celestial veio ordenar-lhe que reduzisse essa prática excessiva de mortificação.
Após uma vacância sem precedentes da Santa Sé por vinte e sete meses, a escolha dos cardeais procurou o pobre monge nas profundezas de seu deserto. Pedro, com setenta e dois anos de idade, suportou em prantos a violência que lhe foi feita; mas, poucos meses depois, julgando-se sujeito a tão pesada responsabilidade, para a qual, é verdade, só a sua santidade o preparou, abdicou do soberano pontificado, retomou o hábito de monge e quis voltar à sua solidão, onde morreu.
São Pedro Celestino, eremita, fundador e Papa, nasceu em 1221 em Isenia, na província de Apulia. Tendo apenas seis anos de idade, disse à mãe: “Mamãe, quero ser um bom servo de Deus”. Fielmente cumpriu esta palavra, como se fosse uma promessa feita ao Altíssimo. Apenas tinha terminado os estudos, quando se retirou para um ermo, onde viveu dez anos. Decorrido este tempo, ordenou-se em Roma e entrou na Ordem Beneditina. Com licença do Abade, abandonou depois o convento, para continuar a vida de eremita. Como tal, teve o nome de Pedro de Morone, nome tirado do morro de Morone, ao sopé do qual erigira a cela em que morava. O tempo que passou naquele ermo, foi uma época de grandes lutas, tentações e provações. As perseguições que sofreu do espírito maligno, foram tão pertinazes, que por longos meses deixou de celebrar a Santa Missa, e chegou quase a abandonar a cela. A paz e tranqüilidade voltaram, depois de Pedro ter confessado o estado de sua consciência a um sábio sacerdote. Em 1251, fundou, com mais dois companheiros, um pequeno convento, perto do morro Majela. A virtude dos monges animou outros a seguir-lhes o exemplo. O número dos religiosos, sob a direção de Pedro, cresceu de mês em mês, tanto, que o superior, por uma inspiração divina, deu uma regra à nova ordem, chamada dos Celestinos. Esta Ordem, reconhecida e aprovada por Leão IX, estendeu-se admiravelmente, e ainda em vida do fundador contava 36 conventos. Com a morte de Nicolau V, em 1292, ficou a Igreja sem Chefe. Dois anos durou o conclave, sem que os cardeais pudessem reunir os seus votos a um único candidato. Afinal, aos 5 de julho de 1294, contra todas as expectativas, e unicamente à insistência e pressão de Carlos II, rei de Nápolis, saiu eleito Pedro Morone, que fixava residência primeiro em Aquila, e depois em Nápolis. Ao piedoso e santo eremita faltavam por completo as qualidades indispensáveis para governar a Igreja, ainda mais num período tão crítico e difícil. Os Cardeais breve perceberam o erro, quando viram que o eleito, em vez de ouvir os seus conselhos, preferia seguir os do rei e de alguns monges excêntricos, ficando com isto seriamente prejudicados altos interesses da Igreja. O Pontífice por sua vez, reconheceu que estava deslocado, e deu-se pressa em abdicar (13-12-1294). Bonifácio VIII, seu sábio e zeloso sucessor, empregou todos os esforços para pôr cobro às opressões da Igreja pelo poder civil, no que se viu logo hostilizado por muitos Cardeais, que chegaram a declarar não justificada, e sem efeito a abdicação de Celestino, e ilegal a eleição de Bonifácio. Para afastar o perigo de um cisma, este mandou fechar Celestino, até a morte, no castelo Fumone, cercando-o embora de todo o respeito.Pedro de boa vontade se sujeitou a esta medida coercitiva e passou dez meses, por assim dizer, na prisão. Por uma graça divina foi conhecedor do dia da sua morte, que predisse com toda exatidão. Tendo recebido os Santos Sacramentos, esperou a morte, deitado no chão. As últimas palavras que disse foram as do Salmo 150: “Todos os espíritos louvem ao Senhor”. Já em 1313 foi honrado com o título de Santo, pela canonização feita por Clemente V.