segunda-feira, 17 de março de 2025

Santo do dia

 Não façamos nada contra Deus: ele tem relâmpagos e chamas para deter e punir seus inimigos.

18 de março: São Cirilo de Jerusalém, bispo e doutor da Igreja (315-386)


São Cirilo nasceu em Jerusalém ou nas proximidades. Desde cedo ele se dedicou ao estudo das Sagradas Escrituras e as tornou tão familiares a si mesmo que seus discursos, mesmo aqueles que ele não escreveu, eram apenas um conjunto de passagens dos Livros inspirados. Acrescentou a esse estudo o dos Santos Padres e também o dos autores seculares, onde encontrou armas poderosas contra o erro e em defesa da verdade.


Cirilo recebeu a unção sacerdotal por volta do ano 345 e, a partir de então, dedicou-se inteiramente, de corpo e alma, à conversão dos pagãos e à instrução dos catecúmenos. Pessoas acorriam às suas aulas de catecismo vindas de Jerusalém e de todas as cidades vizinhas.


Dele restam vinte e três instruções familiares sobre todas as verdades cristãs, o símbolo da fé e os sacramentos. Essas instruções são uma de suas glórias mais puras, pois é um arsenal no qual o apologista cristão encontra, ainda hoje, armas poderosas e invencíveis. Vemos em particular que o costume de fazer o sinal da cruz era conhecido desde os primeiros séculos:


"Não se envergonhe", disse ele, "na Cruz de Jesus Cristo; imprima-o em sua testa, para que os demônios, vendo o estandarte do Rei, fujam tremendo. Faça este sinal, quando comer, e quando beber, e quando estiver de pé ou sentado, quando se deitar, quando se levantar e quando andar; em uma palavra, faça-o em todas as suas ações."


A glória de São Cirilo é ter sido amigo e defensor de Santo Atanásio e do dogma cristão contra os hereges. Três vezes exilado de Jerusalém, da qual se tornara bispo, três vezes restituído à sua sede, ele permanecerá como um dos belos modelos de firmeza pastoral.


Vários acontecimentos maravilhosos favoreceram seu apostolado e o ajudaram a converter os pagãos. Um dia do ano 351, uma imensa Cruz apareceu no céu, estendendo-se do Calvário até o Monte das Oliveiras; Todos os habitantes de Jerusalém viram isso, e muitos gentios creram em Jesus Cristo.


Dez anos depois, Juliano, o Apóstata, querendo desmentir a profecia evangélica que anunciava a destruição do Templo, empreendeu sua reconstrução; mas Cirilo prediz os castigos de Deus; Eles não esperaram, porque redemoinhos de chamas saíram do chão e devoraram os trabalhadores. Uma multidão de infiéis se converteu.


Igreja do Santo Sepulcro em Jerusalém (Israel)



   Desde o início dos tempos cristãos a heresia se infiltrara na Igreja, mas, foi no século IV, que ocorreram as do arianismo e do nestorianismo causando profundas divisões.
   São Cirilo viveu nesse período em Jerusalém, perto de onde nascera em 315, de pais cristãos e bem situados financeiramente. Muito preparado, desde a infância, nas Sagradas Escrituras e nas matérias humanísticas, em 345, foi ordenado sacerdote.No ano de 348, foi consagrado, bispo de Jerusalém. Ocupou o cargo durante aproximadamente trinta e cinco anos, dezesseis dos quais passou no exílio, em três ocasiões diferentes. A primeira porque o bispo Acácio, de grande influência na Igreja, cuja obra foi citada por São Jerônimo, acusou Cirilo de heresia. A segunda por ordem do imperador Constâncio que entendeu ser Cirílo realmente um simpatizante dos hereges, mas em sua defesa atuaram os bispos, Atanásio e Hilário, ambos os Padres da Igreja assim como o próprio bispo Cirilo o é. A terceira foi a mais longa, porque o imperador Valente, este herege, decidiu mandar de volta ao exílio todos os bispos anistiados, fato que fez Cirilo peregrinar durante onze anos, por várias cidades da Ásia, até a morte do soberano, em 378. 
   O seu trabalho, entretanto resistiu a tudo e chegou até nossos dias e especialmente porque ele sabia ensinar o Evangelho, como poucos. Em sua cidade, logo que se tornou sacerdote e no início do episcopado era o responsável por preparar os catecúmenos, isto é, os adultos que se convertiam e iriam ser batizados. Foi nesse período que escreveu dezoito discursos catequéticos, um sermão, a carta ao imperador Constantino e outros pequenos fragmentos. Treze escritos eram dedicados à exposição geral da doutrina e cinco dedicados ao comentário dos ritos Sacramentais da iniciação cristã. Assim, seus escritos explicam detalhadamente os "como" e os "porquês" de cada oração, do batismo, da crisma, da penitência, dos sacramentos e dos mistérios do Cristianismo, ditos dogmas da Igreja. Cirilo também soube viver a religião na prática.Numa época de grande carestia, por exemplo, não hesitou em vender valiosos vasos litúrgicos e outras preciosidades eclesiásticas, para matar a fome dos pobres da cidade. 
  Ele morreu no ano 386. Desde o início de sua vida religiosa, Cirilo cujo caráter era afável e suave, sempre preferiu a catequese aos assuntos polêmicos, chegando quase a se comprometer com os arianos e semi-arianos. Porém, de maneira contundente aderiu à doutrina ortodoxa da Igreja no III Concílio ecumênico de Constantinopla, em 382, no qual ficou clara sua sempre fiel postura à Santa Sé e à Verdade de Cristo. Nessa oportunidade teve em seu favor a eloquência das vozes dos sinceros bispos e amigos, Atanásio e Hilário, que o chamaram "valente lutador para defender a Igreja dos hereges que negam as verdades de nossa religião".
   Sua canonização demorou porque, durante muito tempo, seu pensamento teológico foi considerado vacilante, como dizem os registros. Em 1882, o Papa Leão XIII, na solenidade em que instituiu sua veneração, honrou São Cirilo de Jerusalém, com os títulos de doutor da Igreja e príncipe dos catequistas católicos.

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