segunda-feira, 3 de março de 2025

Santo do dia

Maria é a guardiã da pureza. Foi ela, diz São Jerônimo, que fundou aqui na terra uma família de corações virgens, para que seu Filho, adorado pelos anjos no céu, tivesse também anjos na terra que o adorassem.


 4 de março: São Casimiro, Príncipe da Polônia ( 1458-1483 )


São Casimiro nos ensina através de sua vida como o brilho da castidade pode ser combinado com o da grandeza humana. Desde a juventude, ele teve o cuidado de fugir das falsas atrações do mundo; seu maior prazer era passar várias horas seguidas aos pés dos altares e cortejar Jesus Cristo, o Rei dos reis. Ele macerava seu corpo frágil e delicado com jejuns e disciplinas, e muitas vezes passava noites inteiras no chão duro, às vezes até na porta das igrejas, onde rezava, com o rosto no chão.


A terna devoção de Casimiro a Jesus Crucificado fez com que ele derramasse lágrimas abundantes à simples visão de um Crucifixo. Quando assistia ao santo Sacrifício da Missa, não era raro vê-lo transportado para fora de si no momento em que a Vítima celeste descia do Céu para as mãos do sacerdote.


Entre suas virtudes, duas são mais elogiadas do que todas as outras: sua caridade e sua pureza. Ele nunca falava dos defeitos dos outros. Ele falava com paixão quando falava da beleza da inocência: "Que vida bela", ele gritava, "é a do estado de graça! É a vida dos anjos e dos bem-aventurados no Céu!"


A simples visão dele inspirava castidade naqueles que tinham ocasião de conversar com ele. A preservação de uma virtude tão extraordinária era uma devoção incomum à Santíssima Virgem. Ele a chamava apenas de sua boa Mãe, falava dela apenas com ternura e em termos mais capazes de inspirar seu amor ardente nos outros. Ele expressou os sentimentos piedosos que transbordavam de sua alma por Maria em um famoso hino que começa assim: "Todos os dias, ó minha alma, presta homenagem a Maria; celebra devotamente suas festas e canta suas virtudes." Não contente em recitar esse hino todos os dias, ele também quis ser enterrado com ele, e ele foi encontrado, cento e vinte anos após sua morte, em seu túmulo.


Sua devoção aos pobres e infelizes era tão grande que recebeu o apelido de Pai e Defensor dos Pobres e Miseráveis. Para aqueles que o censuravam por ficar abaixo de sua posição no cuidado que ele dava aos pobres, ele respondia: "Não é uma honra servir a Jesus Cristo em Seus membros?"


Casimiro recebeu uma revelação sobre o dia e a hora de sua morte, que ocorreu em 4 de março de 1483. O piedoso príncipe tinha apenas vinte e cinco anos; mas, em sua curta carreira, ele fez mais bem ao seu povo, pelo exemplo de suas virtudes, do que homens famosos durante um longo reinado. A santidade é mais frutífera que o gênio.


Capela de São Casimiro, Igreja de São Casimiro em Vilnius (Lituânia)


   São Casimiro, príncipe da Polônia e rei eleito da Hungria, o terceiro filho do rei Casimiro IV da Polônia e Isabel da Áustria, nasceu em 14 de outubro de 1458. Não só recebeu uma educação primorosíssima de sua santa mãe, mas teve também excelentes mestres que o introduziram nas ciências; entre eles merece atenção o célebre Longino, homem de grande saber e virtude. 
    O maior prazer de Casimiro era rezar e estudar e seu lugar predileto era a Igreja. "Em parte alguma me sinto tão bem - dizia - como nos degraus do altar. Tendo para escolher entre a casa, o jogo, a dança e outros divertimentos, dispenso-os todos, se puder ficar na Igreja". À santa Missa assistia Casimiro com um recolhimento admirável. Tendo mais idade, levantava-se durante a noite, para fazer uma visita à Igreja; se a achava fechada, ficava de joelhos na porta, em profunda adoração ao Santíssimo Sacramento. Terníssima era sua devoção à Sagrada Paixão e Morte de Jesus Cristo. Os olhos enchiam-se lhe de lágrimas, todas as vezes que olhava para o crucificado. A Maria Santíssima não chamava de outro nome senão o de "minha querida Mãe". 
   O hino predileto, que muitas vezes recitava era: "Omni die dic Mariae", pérola preciosíssima da literatura cristã, não da sua lavra, como muitos pretendem que seja, mas provavelmente de autoria de Santo Anselmo de Canterbury. Uma cópia deste hino achava-se no túmulo do Santo, quando aberto em 1604. O corpo estava perfeitamente conservado e o hino encontrou-se debaixo da cabeça. Como o amor a Jesus e Maria ligava Casimiro uma grande caridade aos pobres, o que lhe valeu o título de "pai dos pobres"
   A algumas pessoas da corte, que achava essa caridade um tanto exagerada, Casimiro respondeu: "Melhor aplicação da nobreza um príncipe não pode fazer, senão servindo aos pobres. Quanto a mim, maior honra não aspira que fazer-me servo do mais pobre". O desprezo que tinha pelas honras e grandezas do mundo é bem caracterizada pelo modo porque se houve na campanha contra Matias, rei da Hungria. Matias tinha perdido o trono, e representantes da nação húngara ofereceram a Casimiro a coroa de Santo Estevão. O pai apoiava fortemente o pedido dos embaixadores e determinou ao filho, que contava apenas 13 anos, que com força armada entrasse na Hungria, onde Matias o aguardava com poderoso exército, esperando a entrada do jovem príncipe. 
   Nesse meio tempo, como o povo declarou-se novamente a favor de Matias para que retornasse, o Papa Sixto IV também manifestou a intenção de vê-lo de volta ao trono. Em consideração a estes fatos, Casimiro retirou-se para o castelo de Dobzki, onde passou uns meses às práticas da mais austera penitência. Um segundo convite de políticos húngaros não mais foi tomado em consideração, e o desejo do santo de alcançar a coroa da glória eterna aumentou consideravelmente. Apesar de rodeada de todo o conforto, a vida se  São Casimiro foi acompanhado de um espírito de penitência que não é comum entre os homens. Extremamente rigoroso consigo, Casimiro trazia sempre um cilício para castigar o corpo e cada semana dedicava uns dias ao jejum. 
   Os dias de jejum e abstinência por mandamento da Igreja eram observados com toda a pontualidade, mesmo na doença. Ao sono eram reservadas poucas horas e, embora lhe tivesse à disposição um leito que em comodidade nada deixava a desejar, Casimiro escolhia de preferência o chão para o repouso do corpo. A prática de todas estas virtudes mereceram ao príncipe a fama de grande Santo. Entre as virtudes que lhe adornavam o coração, foi a da santa pureza que Casimiro exercia com especial esmero, e à qual se obrigou por um voto. É admirável que o jovem príncipe pudesse chegar a um grau tão elevado, principalmente nesta virtude, quando se via, dia por dia, rodeado de perigos e seduções. A chave deste segredo estava na recepção dos Sacramentos, na devoção à Santíssima Virgem, na mortificação constante do corpo e na fuga das más ocasiões. Em sua presença ninguém ousava proferir palavra que ofendesse a moral. 
   Quando contava 24 anos, lhe apareceram no organismo todos os sintomas da tuberculose. Os médicos vendo já esgotados todos os recursos da ciência, deram ao príncipe, como última esperança de salvar a vida, o conselho de se casar. Casimiro, mal tinha ouvido esta proposta, declarou: "Antes prefiro morrer; e se tivesse de perder mil vidas, todas perderiam, para guardar a castidade virginal". Por um favor especial de Deus, Casimiro soube o dia de sua morte, para ela se preparou com muito fervor. As últimas palavras que disse, foram, depois de ter beijado o Crucifixo: "Em vossas mãos, ó Jesus, entrego o meu espírito". Casimiro morreu em 1484, sendo sua festa celebrada no dia 04 de março. São Casimiro goza de grande veneração na Polônia, onde sua festa é comemorada com oitava.


Santo do dia

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