domingo, 9 de março de 2025

Santo do dia

A perseverança é um presente do céu; rezemos para obtê-lo e desafiemos-nos sempre: Lúcifer prevaricou no céu, Adão caiu no paraíso, Judá condenou-se diante do Salvador, e um dos quarenta cristãos de Sebaste perdeu a coroa do martírio no meio dos seus santos companheiros!


10 de março: Os Quarenta Mártires de Sebaste (320)

O Imperador Licínio, tendo ordenado que todo o seu exército sacrificasse aos deuses, quarenta soldados da Legião Fulminante, então acampados em Sebaste, na Armênia, recusaram-se a trair a fé do seu batismo e todos tiveram uma única resposta tão simples quanto sublime: "Somos cristãos!" Nem gentileza nem ameaças conseguem conquistá-los e, depois de alguns dias na prisão, eles são levados para a execução.

Era o meio do inverno. Havia um lago perto da cidade coberto de gelo; O governador deu ordem para que os quarenta soldados ficassem ali expostos por uma noite inteira. Os santos mártires, alegres no sofrimento por Jesus Cristo, disseram: "É muito difícil, sem dúvida, suportar um frio tão agudo; mas será uma coisa doce ir para o Paraíso por este caminho; o tormento é curto, e a glória será eterna; esta noite cruel nos renderá uma eternidade de delícias. Senhor, quarenta de nós entramos na batalha, concede que quarenta de nós recebam a coroa."

Quem poderia imaginar as torturas sofridas por esses homens heróicos em seu leito de gelo? Só de pensar nisso já dá arrepios. No meio da noite, um dos combatentes foi vencido pela intensidade do frio, abandonou seu posto de honra e se jogou na bacia de água morna preparada para esse fim; mas a mudança repentina de temperatura o sufocou; ele expirou imediatamente, perdendo tanto a vida na Terra quanto a vida no Céu: um fim duplamente miserável, que só serviu para fortalecer todos os outros mártires em sua resolução inabalável de sofrer até a morte.

Nesse momento uma luz brilhante inundou a superfície gelada; Um dos guardas, ofuscado por esta luz celeste, levantou os olhos e viu anjos descendo do Céu, trazendo nas mãos coroas suspensas sobre as cabeças dos generosos mártires; mas a quadragésima coroa não tinha destino: "Será para mim", disse a si mesmo, e tirando as roupas, foi substituir o infeliz apóstata no gelo, gritando: "Eu sou um cristão!"

Na manhã seguinte, os mártires ainda respiravam; O governador mandou quebrar as pernas deles e ordenou que fossem jogados em uma pira em chamas. O mais novo deles, Melito, ainda estava cheio de vida; mas, auxiliado pelas exortações de sua heróica mãe, ele resistiu a todas as solicitações dos carrascos e consumiu seu sacrifício no fogo com seus gloriosos companheiros.

Seus corpos foram queimados e seus ossos jogados no rio; mas eles flutuaram na água e foram recolhidos pelos fiéis.

Os soldados cristãos dos primeiros séculos muitas vezes demonstravam sua fé e coragem na tortura, em meio à perseguição.

Igreja dos Santos Quarenta Mártires e São Pascal Baylon em Roma (Itália)


QUARENTA SANTOS DE SEBASTE - MÁRTIRES

Lembramos hoje o testemunho dos quarenta Mártires que deram tão grande testemunho de fé e coragem que Santo Éfrem disse a seu respeito: "Que desculpa poderemos apresentar ao tribunal de Deus, nós, que, livres de perseguição e torturas, deixamos de amar a Deus e trabalhar na salvação de nossas almas?" O martírio dos Santos 40 Mártires de Sebaste é uma rica lição de fé cristã, perseverança, sacrifício e amor. A história deste martírio tem início no século 4º, quando os cristãos ainda sofriam perseguição. Em 313 os Imperadores Constantino e Licínio, assinaram o Edito de Milão, que dava a liberdade às religiões para a manifestação pública. Próximo ao ano 320, as tropas romanas se estabeleceram na cidade de Sebaste, na Armênia. Entre seus soldados estavam 40 cristãos oriundos da Capadócia (atualmente Turquia). O general romano Agrícola os obrigava a prestar culto aos ídolos, porém estes soldados se negavam. Foram então encarcerados e levados como prisioneiros a um lado da cidade de Sebaste. Era inverno e entardecia. Tiraram suas roupas e os puseram sobre o gelo que cobria o lago. O frio imobilizou suas articulações e começaram a se congelar. Na margem do lago havia uma pequena fogueira e só poderia ir até ela para se aquecer quem abjurasse sua fé em Cristo. Durante toda a noite os soldados cristãos suportaram com coragem o frio intenso, consolando-se mutuamente e glorificando a Deus com Salmos e hinos. Quando amanheceu, um dos soldados não suportou a tortura e apressou-se sair do lago, mas antes de chegar próximo à fogueira caiu morto. Logo em seguida, o carcereiro viu que sobre os mártires brilhava uma intensa luz. Agaio, o carcereiro, ficou tão impressionado com aquele milagre que professou sua fé em Cristo. Tirou suas roupas e foi juntar-se aos outros 39 cristãos que estavam dentro do lago congelado. Logo depois, chegaram outros torturadores e observaram que os soldados cristãos não tinham morrido; resolveram então quebrar as suas pernas com martelos e depois lhes atearam fogo. Os ossos carbonizados foram lançados em um rio. Três dias depois, o bispo de Sebaste ficou sabendo do ocorrido com os mártires através de uma visão e ordenou que juntassem os ossos dos soldados cristãos e os sepultou solenemente. De acordo com registros deste martírio, os nomes dos quarenta soldados eram: Viviano, Cândido, Leôncio, Cláudio, Nicolau, Lisiníaco, Teófilo, Quirão, Donulo, Dominicano, Eunóico, Sisínio, Heráclito, Alexandre, João, Anastásio, Valente, Heliano, Ecdício, Euvico, Acácio, Hélio, Teódulo, Cirilo, Flávio, Severiano, Valério, Cuidão, Prisco, Sacerdão, Etíquio, Êutiques, Esmaragdo, Filotiman, Aécio, Xantete, Angias, Hesíquio, Caio e Gorgônio.. A memória dos 40 mártires de Sebaste é celebrada solenemente, mesmo que revestida de simplicidade por cair no tempo da Quaresma.

MISSAL QUOTIDIANO COMPLETO / EM PORTUGUÊS com o próprio do Brasil edição B - editado e impresso nas oficinas tipográficas do Mosteiro de São Bento / Bahia, 23 de dezembro de 1957. Pág 444.


Santo do dia

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