20 de março: São Joaquim, pai da Bem-Aventurada Virgem Maria
Joaquim, da tribo de Judá e da antiga casa de Davi, era pastor de ovelhas em Nazaré. Stolan, pai de Santa Ana, deu-lhe sua piedosa filha em casamento. Os dois cônjuges viviam no temor do Senhor e na prática de boas obras. Eles dividiram suas propriedades em três partes: uma era para o templo e os ministros da religião; eles espalharam o segundo entre os pobres; este último atendia às necessidades da família. Contudo, não havia felicidade neste casamento: a esposa de Joaquim era estéril.
Durante vinte anos eles oraram a Deus para livrá-los de tal vergonha, quando, segundo seu costume, foram à cidade santa para a festa dos Tabernáculos. Os filhos de Israel foram até lá para oferecer sacrifícios a Jeová, e o sumo sacerdote Rúben imolou suas vítimas. Joachim se apresentou por sua vez. Ele estava carregando um cordeiro; Ana o seguiu, com a cabeça velada e o coração cheio de suspiros e lágrimas.
O sumo sacerdote, vendo-os subir os degraus do templo, só tinha palavras de desprezo e reprovação para eles: "É lícito para vocês", ele disse a eles, "apresentar sua oferta ao Senhor, vocês a quem Ele não julgou digno de ter descendentes? Vocês não sabem que em Israel o marido que não tem a glória de ser pai é amaldiçoado por Deus?" E na presença do povo ele rejeitou a oferta deles.
Joaquim não queria retornar a Nazaré com as testemunhas de sua vergonha. A presença deles teria aumentado sua dor. Anne voltou para casa sozinha. Ele, por sua vez, retirou-se para uma zona rural perto de Jerusalém, onde pastores cuidavam de seus rebanhos. A calma tranquila da vida pastoral, o espetáculo tocante da natureza, trouxeram algum alívio à ferida em seu coração. Quem nunca sentiu que a solidão o aproxima de Deus?
Um dia, quando ele estava sozinho no campo, o anjo Gabriel apareceu diante dele. Joaquim prostrou-se, tremendo de medo: "Não tenha medo", disse o mensageiro celestial, "Eu sou o Anjo do Senhor, e é o próprio Deus que me envia. Ele ouviu sua oração, suas esmolas subiram à Sua presença. Ana, sua esposa, dará à luz uma filha; você a chamará de Maria e a consagrará a Deus no tempo; o Espírito Santo habitará em sua alma desde o ventre de sua mãe e Ele fará grandes coisas nela." Depois dessas palavras, o Anjo desapareceu.
Joaquim logo viu a previsão do Arcanjo se tornar realidade. Por sua vez, ele foi fiel aos mandamentos do Senhor: sua filha recebeu o nome de Maria e, aos três anos de idade, ele a confiou às piedosas mulheres que criaram jovens consagradas ao Senhor no templo de Jerusalém. Ela viveu ali durante oito anos sob o olhar de Deus quando Joaquim morreu carregado de méritos e virtudes.
Sua esposa, Ana, o enterrou no Vale de Josafá, não muito longe do Jardim do Getsêmani, onde ela se juntaria a ele um ano depois.
![]() |
Igreja de Saint-Joachim em Châteauguay (Canadá) |