26 de julho – Santa Ana, Mãe da Bem-Aventurada Virgem Maria, Avó de Jesus

O nome Ana, do hebraico, comumente acredita-se que significa " graça", mas Santo Agostinho diz ( Cidade de Deus) que, na verdade, significa " pela graça de Deus ".
Patrocínios – contra a pobreza, contra a esterilidade ou infertilidade, vassouras, marceneiros, carpinteiros, casais sem filhos, cavaleiros, gestantes e mães, parto, avós, avós, donas de casa, rendeiras, artigos perdidos, mineiros, negociantes de roupas velhas, os pobres, costureiras, cavalariços, torneiros, Canadá, França, Micmaqs, 4ª Diocese, 18 Cidades.
A única tristeza deles era que, embora casados há tanto tempo, não tinham filhos, e um casamento estéril era, naquela época, considerado uma desgraça, quase um sinal de uma maldição divina. Entristecidas por essa tristeza, Santa Ana, assim como seu esposo, oraram com muitos suspiros e lágrimas, para que Deus tivesse piedade deles e removesse a desgraça que os oprimia. Mas quando, depois de orarem longa e fervorosamente, não foram ouvidos, decidiram suportar pacientemente a vontade do Todo-Poderoso. Como, no entanto, Santa Ana sabia que Deus exigia oração contínua e que Ele não havia dado aos homens um tempo certo para pedir graça, ela não cessava de implorar, mesmo com grande confiança, pois tudo o que acreditava era para a honra de Deus e sua própria salvação.
Estando um dia no Templo, ela sentiu sua angústia tão profundamente que chorou amargamente, mas lembrou-se, ao mesmo tempo, de que havia outra Ana, esposa de Elcana, que havia sido afligida como ela, mas cujas orações Deus finalmente atendera, tornando-a mãe do grande profeta Samuel. Enquanto pensava nisso, percebeu em si um desejo invencível de implorar ao Senhor por uma graça semelhante. Por isso, repetiu sua oração com fervor sincero, prometendo, ao mesmo tempo, que se Deus lhe concedesse um filho, ela o consagraria no Templo, ao Seu serviço divino, como a mencionada Ana havia feito.
Deus respondeu à oração confiante e chorosa de Sua serva e enviou-lhe, segundo a opinião dos Santos Padres, um Anjo, que lhe anunciou que ela daria à luz uma criança que, bendita entre as mulheres, se tornaria a Mãe do tão esperado Salvador do mundo. Acredita-se também que o Anjo disse a Santa Ana o nome que ela deveria dar ao bendito fruto de seu ventre. A mesma revelação foi feita a São Joaquim, e a felicidade de ambos e sua gratidão ao Todo-Poderoso podem ser facilmente imaginadas. Sua felicidade foi coroada quando Santa Ana deu à luz a ela, que foi eleita por Deus desde toda a eternidade para se tornar a Mãe de Seu Filho Único.
Quem pode descrever a alegria com que Ana apertou seu filho recém-nascido contra o coração, ou a solicitude e o amor com que o criou? O conhecimento de que sua abençoada filha fora escolhida por Deus para tão grande dignidade foi incentivo suficiente para não deixar nada por fazer em prol de seu bem-estar. A mente da abençoada criança estava tão além de sua idade e de todo o seu ser, tão angelicamente inocente, que sua educação foi uma tarefa fácil, e Santa Ana se considerava a mãe mais feliz do mundo, porque Deus lhe confiara uma criança tão inestimável. As graças que, pela presença da Santíssima Virgem, ela recebeu do Céu, não podem deixar de ser inumeráveis. Pois se, em tempos posteriores, a casa de Isabel e Zacarias foi, por uma visita de Maria, repleta de bênçãos celestiais, quem pode duvidar que Santa Ana, que era a mãe da Santíssima Virgem, foi dotada de graças extraordinárias?
Sabendo, porém, que Maria não era apenas um tesouro precioso que lhe fora emprestado pelo Céu, mas também que se havia consagrado ao serviço do Todo-Poderoso, Santa Ana não deixou de retribuir a Deus o que recebera dEle e de oferecer de bom grado o que tão voluntariamente prometera. Mal Maria completara três anos, Ana e Joaquim a acompanharam ao templo em Jerusalém e, apresentando-a ao sacerdote, consagraram-na, por meio dele, ao Todo-Poderoso. Nada poderia ter sido mais doloroso para os piedosos pais do que separar-se de uma criança tão perfeita, mas, como eram mais zelosos pela glória de Deus do que por sua própria alegria, embora fosse tão piedosa, fizeram esse sacrifício sem reclamar. Assim, Maria foi recebida entre aqueles que, sob a direção dos sacerdotes, serviram a Deus no Templo e foram conduzidos no caminho da virtude.
Depois de terem oferecido piedosamente este agradável sacrifício, os pais da Santíssima Virgem retornaram para casa e dedicaram o resto de seus dias a boas obras, que foram continuadas por Santa Ana, quando ela ficou viúva pela morte de seu santo esposo. Assim como ela havia sido um exemplo para as virgens, antes de seu casamento, bem como um modelo perfeito de esposa, também foi, em sua viuvez, uma luz brilhante, por todas aquelas qualidades que São Paulo, posteriormente, exigiu de uma viúva cristã, em sua primeira Epístola a Timóteo. Ela ia frequentemente a Jerusalém para ver sua santa filha e morreu, segundo vários autores, aos 79 anos de idade. Maria, que naquela época ainda vivia no templo, fechou os olhos.
Como não se pode dar à Santíssima Virgem um título mais elevado do que chamá-la de Mãe de Deus, assim Santa Ana não pode ser mais exaltada do que quando é chamada de mãe daquela que deu à luz o Filho de Deus. E pela própria razão de ter sido escolhida para ser sua mãe, devemos crer que o Todo-Poderoso a favoreceu aqui na terra com graça acima de todos os santos e a elevou à alta glória no Céu. Portanto, podemos corretamente supor que sua intercessão junto a Deus é poderosíssima, e isso também é testemunhado por muitos exemplos.