13 de julho: São Eugênio, bispo de Cartago (505)
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| O Deus da verdade abomina a mentira e a hipocrisia; e é raro que Sua mão não pese já neste mundo sobre aqueles que se tornam culpados delas. Os astutos e os dissimulados, diz o santo homem Jó, provocam a ira de Deus... Sua vida será infame e sua morte prematura. |
Nada se sabe sobre o nascimento e os primeiros anos de São Eugênio. Seu nome aparece pela primeira vez na história quando é escolhido bispo de Cartago, em 481, numa época em que o fanatismo ariano, unido à barbárie dos Vândalos, fazia quase com certeza de todos os bispos católicos africanos mártires da verdadeira fé.
Sua conduta no episcopado foi a de um verdadeiro pastor das almas. Apesar da pobreza de sua Igreja, ele encontrava meios de espalhar entre os pobres esmolas tão generosas que Deus parecia multiplicar com prazer os recursos em suas mãos.
Hunérico, rei dos Vândalos, proibiu-o de receber em sua igreja qualquer cristão da raça dos Vândalos ou que usasse suas vestes; mas Eugênio recusou-se a obedecer:
"A casa de Deus, respondeu ele, está aberta a todos; ninguém pode expulsar aqueles que nela entram." Foi o sinal de uma terrível perseguição.
Deus quis provar por um milagre brilhante a verdade católica contra a astúcia de seus inimigos. Um cego de Cartago, chamado Félix, veio encontrar o bispo e disse-lhe: "Venho aqui por ordem de Deus, e não sairei daqui sem que me devolva a vista." Eugênio o rejeitou primeiro com bondade, protestando que não era homem de fazer milagres; mas o cego insistiu; então ele fez o sinal da Cruz sobre os olhos dele, que se abriram imediatamente para a luz. Pouco depois, devolveu a vista a um homem que o bispo ariano havia subornado para se dar a si mesmo a reputação de taumaturgo, e que realmente ficou cego no momento em que desempenhava seu triste papel. Apesar do alvoroço causado por esses prodígios no país, a perseguição só aumentou.
São Eugênio foi exilado; sofreu todo tipo de maus-tratos. O perseguidor Hunérico, devorado vivo por vermes, logo foi vítima da vingança celestial; morreu arrancando seus próprios membros com os dentes; suas entranhas saíram do corpo, e essa morte horrível causou horror até mesmo entre os hereges que o tinham feito um príncipe perverso e cruel.
Eugênio pôde voltar a Cartago e continuar seu apostolado; mas a paz não durou muito, pois, sob o segundo sucessor de Hunérico, a perseguição voltou a se intensificar; Eugênio, sempre invencível, foi primeiro ameaçado dos suplícios mais horríveis, depois enviado ao exílio em Albi, nas Gálias, onde o valente atleta da fé viu o fim de seus trabalhos.
O Deus da verdade abomina a mentira e a hipocrisia; e é raro que Sua mão não pese já neste mundo sobre aqueles que se tornam culpados delas. Os astutos e os dissimulados, diz o santo homem Jó, provocam a ira de Deus... Sua vida será infame e sua morte prematura.
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| Relíquias de São Eugênio, catedral de Santa Cecília em Albi (França) |
