14 de junho: São Basílio Magno, Doutor da Igreja (329-379) |
| Neste mundo, a santidade domina tudo: sejamos santos, e nada no mundo poderá nos dominar. |
São Basílio nasceu em Cesareia no ano 329, em uma família onde a santidade era hereditária; seu pai e sua mãe, dois de seus irmãos, uma de suas irmãs, sem mencionar os outros, são considerados santos. Apenas um defeito apareceu nesta criança favorecida: sua saúde precária; no entanto, ela se recuperou graças às orações de seus pais, e não a remédios.
Dotado de um gênio feliz, Basílio rapidamente ascendeu ao nível dos grandes homens, não menos que à altura dos santos: "Ele era", disse seu amigo Gregório de Nazianzo, "acima de sua idade em sua educação, acima de sua educação em sua virtude; ele era um retórico antes de ter estudado a arte dos retóricos, um filósofo antes de ter estudado filosofia, um padre antes de ter recebido o sacerdócio". Suas aptidões universais, sua rara modéstia, suas virtudes eminentes lhe renderam a estima e a admiração de todos.
Aos 23 anos, apareceu em Atenas e tornou-se tão próximo de Gregório de Nazianzo que os dois se tornaram um só coração e alma. Ao retornar à sua terra natal, os aplausos que recebeu o expuseram à tentação da vanglória, que o assustou tanto que abraçou o estado monástico para viver ali, esquecido do mundo e da penitência; fundou vários mosteiros, escreveu obras ascéticas altamente estimadas para orientá-los e elaborou regras de vida religiosa que permaneceram famosas.
Uma refeição muito leve por dia, um sono muito curto no chão duro, longas vigílias, roupas leves no tempo mais frio, tal era a rotina deste santo austero, "cuja palidez", diz São Gregório, "anunciava um morto em vez de um vivo". Basílio teve que sofrer de constantes enfermidades; em seu melhor momento de saúde, ele mesmo disse, era mais fraco do que os doentes abandonados pelos médicos. Apesar de sua fraqueza, ele castigava seu corpo e o reduzia à servidão.
O zelo contra a heresia de Ário um dia o fez sair de seu retiro, e logo ele se curvou sob o peso do episcopado. Nem intrigas nem ameaças jamais tiveram poder sobre essa grande alma. Um prefeito o convocou um dia e ordenou que obedecesse a um príncipe ariano, sob pena de confisco de seus bens, exílio, tortura e morte: "Façam-me outras ameaças", disse Basílio, "pois não há nada lá que eu possa temer; o primeiro golpe bastará para completar meus castigos; a morte me unirá ao meu Deus." O imperador teve que admitir a derrota.
O santo pontífice morreu aos cinquenta e um anos, sem deixar dinheiro para construir um túmulo de pedra.
