![]() |
Você reclama dos ataques do espírito maligno? Atormenta-o com oração, com mortificação, e ele deixará de te atormentar. |
2 de janeiro: São Macário, anacoreta (394)
São Macário nasceu em Alexandria, no início do século IV. A seguinte característica prova que ele passou a infância com grande pureza de coração: Guiando seu rebanho com outras crianças de sua idade, ele pegou um figo roubado da terra por seus companheiros. Depois, refletindo sobre esta ação, ele lamentou-a por um longo tempo com profunda tristeza. Esta alma de elite não foi feita para o mundo, e Deus fez nascer nela a nobre paixão de seguir os passos de António, de Pacómio e de tantos Santos ilustres que, vivendo na solidão dos desertos, no meio das mais penitências assustadoras, eram a glória da Igreja e a admiração do mundo. Seu fervor o fez avançar tanto, desde a juventude, na perfeição evangélica, que foi justamente considerado um mestre cujas tentativas já se igualavam às maravilhosas virtudes dos antigos solitários. Sua meditação era contínua; Macário só falou com Deus. Suas austeridades estavam além de qualquer imaginação; depois de viver vários anos comendo apenas ervas cruas, logo passou a comer apenas uma vez por semana. Não menos admirável foi o seu distanciamento: um dia ele próprio apresentou ao ladrão que acabava de roubar a sua pobre cela um instrumento de trabalho que o infeliz não tinha visto. A alma de todas essas virtudes heróicas era a contemplação e a oração; ali passava dias e noites: "Vem, minha alma", disse ele, "subi ao céu e despreza todas as vaidades da terra. Lá encontrarás um Deus, Criador do universo, a quem os Anjos adoram - para Somente a ele você deve se apegar." É de admirar que o Santo tenha se tornado o terror dos demônios? Nenhum poder infernal pode prejudicar aquele que se conquistou completamente. São Macário acrescentou a tantas glórias a de ser perseguido pelos hereges arianos. Adormeceu na paz do Senhor, por volta do ano 394, depois de mais de sessenta anos de solidão. Não serão tais exemplos uma condenação eloquente do mundo, das suas paixões e dos seus vícios? A felicidade não está onde a maioria dos homens a procura; está na prática do Evangelho e na firmeza constante para superar-se. É lendo a vida de um santo tão mortificado e tão desapegado da terra que captamos a plena verdade luminosa destas palavras da Sagrada Escritura: “Vaidade das vaidades, tudo é vaidade, exceto amar a Deus e servi-lo... Que aproveita ao homem ganhar o universo, se perder a alma?... Bem-aventurados os que choram... Bem-aventurados os que sofrem!..." |