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Defender a verdade, as leis da moral e os direitos da Igreja é dever dos bispos; a nossa, a dos próprios reis, é ouvi-los. |
20 de fevereiro: Santo Eucher, Bispo de Orleans (697-738)
Santo Eucher, famoso por sua família, e ainda mais por suas virtudes, nasceu perto de Orléans; Antes de seu nascimento, sua mãe teve uma revelação sobre seu futuro: um anjo previu que ele seria bispo de Orleans. O estudante, o monge, o bispo, são igualmente admiráveis neste caráter predestinado.
À medida que avançava no conhecimento da palavra de Deus, sua alma transbordava do fogo da caridade. A ciência, longe de lhe encher o coração, era para ele apenas um meio de se unir mais intimamente a Deus e de avançar cada vez mais no caminho da virtude. Ele atribuiu todos os seus sucessos à bondade celestial. Sendo Jesus Cristo a regra de sua inteligência e de sua vontade, os esforços do inimigo da salvação para perder esta bela alma por falsa glória só conseguiram fortalecer sua esperança em Deus e fazê-lo redobrar seu ardor pela oração e pela mortificação.
Foi recebido de braços abertos no convento de Jumièges, onde se apresentou aos vinte e sete anos. A partir de então, seu ardor pela perfeição não conheceu limites, e ele se tornou o modelo de seus irmãos por seu fervor nos ofícios divinos e por seu zelo na prática de todos os deveres religiosos.
Cheio de graças extraordinárias na Sagrada Comunhão, ele gostava de permanecer aos pés do Tabernáculo e não conseguia interromper suas doces comunicações com Jesus-Hóstia; somente a obediência poderia mantê-lo longe dos pés dos altares.
Sua devoção especial a Maria era para ele a fonte de uma pureza angelical; ele pedia constantemente a esta Mãe celeste que lhe preservasse esta sublime virtude que nos aproxima de Deus.
O mérito de Eucher não poderia permanecer em segredo no claustro; Honrarias vieram procurar aquele que havia fugido delas, e ele teve que aceitar a sede episcopal de Orleans.
Raramente um bispo demonstrou tanto vigor no combate ao mal e na defesa dos direitos de Deus. A Carlos Martel, rei da França, que confiscou propriedades da igreja:
"Como", ele escreveu, "você ousa oprimir a Igreja, que Deus lhe encarregou de defender? Saiba que Jesus Cristo lhe pedirá contas pelos males que você fez seus membros sofrerem; ao tocar na propriedade das igrejas, você está atacando o próprio Deus!"
Ele morreu encomendando-se à Santíssima Trindade e dizendo: "Senhor, em Tuas mãos entrego a minha alma".
Deus honrou seu túmulo com muitos milagres. Entre outras maravilhas, há relatos de que velas acesas perto de seu venerado corpo queimaram por muito tempo sem serem consumidas.
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Relicário de Saint Eucher, igreja de Notre-Dame em Saint-Trond (Bélgica) |
O bispo francês Euquério foi um grande defensor da Igreja em seu tempo. Defensor não só de seus conceitos e dogmas, mas também dos seus bens, que tanto atraíam os poderosos. Destacou-se desde jovem pela sabedoria, pela santidade e pela devoção a Maria Santíssima.
Nascido em Orléans, na França, recebeu disciplina e educação cristã desde o berço. Antes de dar à luz o menino, a mãe já o dedicara a Deus. De boa inteligência, Euquério ocupou sempre um dos primeiros lugares entre os condiscípulos. Cedo se acostumou a ler um ou outro trecho da Escritura. Certa vez leu as palavras de S. Paulo (I. Cor. 7, 29, 31.) “O tempo é breve! O que resta é que, não só os que têm mulheres, sejam como se as não tivessem, mas também os que choram, como se não chorassem; e os que usam deste mundo, como se dele não usassem; porque a figura deste mundo passa”. Impressionado e iluminado por estas palavras, conheceu a vaidade do mundo e resolveu dizer-lhe adeus, entrando numa ordem religiosa. Assim que a idade o permitiu, entrou para o mosteiro de Lumièges, às margens do rio Sena. Seus sete anos de atuação ali foram marcados pela auto-penitência que, de tão severa, chegava a lembrar os monges eremitas do Oriente. Esse período fez dele o candidato natural à sucessão do bispo de sua cidade natal. Humilde, Euquério tentou recusar, mas foram tantos os pedidos de seus irmãos de hábito e do povo em geral, que acabou aceitando.
Seu bispado foi marcado pelo respeito às tradições e à disciplina. Euquério chegou a enfrentar o rei francês Carlos Martel, que pretendia se apossar de bens da Igreja, dirigindo-lhe censuras graves, como faria a qualquer outra ovelha de seu rebanho, se fosse necessário. O rei, apesar de precisar dos bens para aumentar as finanças e continuar a guerra contra os sarracenos muçulmanos, deixou de lado sua intenção. Entretanto, tramou ardilosamente a transferência do bispo da diocese, para afastá-lo de sua querida cidade de Órleans.
Euquério foi transferido para Colônia, na Alemanha, onde também conquistou o respeito e o carinho do povo e do clero. Então o vingativo rei conseguiu que fosse mandado para mais longe, Liège. Ele viveu seis anos no exílio e passou seus últimos dias no convento de São Trondom.
O bispo Euquério morreu no dia 20 de fevereiro de 738 e suas relíquias permaneceram guardadas na igreja desse convento, na diocese de Mastrichiti. O seu culto se perpetua pela devoção dos fiéis tanto na França, quanto na Alemanha e em todo o mundo cristão.