Santa Apolina ou Apolônia era de Alexandria; em meio à corrupção geral, ela era vista como um modelo de virtude e modéstia cristã. Esta heróica jovem não se contentou em dedicar ao Senhor os seus primeiros anos, a sua juventude e toda a sua existência, quis também oferecer-Lhe o sacrifício da sua vida.
No ano 248, eclodiu uma perseguição sangrenta na cidade; a fúria dos pagãos contra os cristãos não tinha limites. Casas foram saqueadas e a mais horrível violência foi perpetrada contra o povo. Apollina, já de idade avançada, longe de fugir, permaneceu sempre em Alexandria, sem temer a perda dos seus bens ou da sua vida, feliz, pelo contrário, por aguardar a oportunidade de coroar as suas virtudes com um martírio glorioso.
Um dia ela foi presa; os algozes atiraram-se sobre ela, bateram-lhe com pedras tão violentamente que lhe quebraram os maxilares e os dentes; depois, arrastando-a para fora da cidade, acenderam uma grande fogueira, resolvendo jogá-la nela, se ela não renunciasse a Jesus Cristo. A Santa pediu alguns momentos para pensar no que deveria fazer.
Os pagãos esperaram por um momento que ela se encolhesse diante da horrível tortura do fogo. Mas Apollina, aproveitando este momento de liberdade, escapou-lhes das mãos e, empurrada pelo ardor do amor divino que inflamava o seu coração, ela própria atirou-se impetuosamente ao fogo, para grande espanto dos seus algozes atordoados ao verem uma menina mais ousados e mais dispostos a sofrer a morte do que eles próprios para fazê-la suportá-la.
Seu corpo, como um holocausto puro e imaculado, logo foi devorado pelas chamas, e sua alma generosa e pura voou para os Céus, no ano 249 de Nosso Senhor, no dia 9 de fevereiro. O exemplo surpreendente de Santa Apolina seria repreensível se ela tivesse obedecido às precipitações da natureza; mas a Igreja, ao admiti-lo no número dos mártires, obriga-nos a acreditar que obedeceu ao impulso do Espírito divino. Santa Apolina sempre foi considerada pela devoção popular como útil contra a dor de dente, sem dúvida por causa da primeira tortura que sofreu.
A coragem desta virgem, enfrentando a tortura, não é uma condenação retumbante da nossa covardia no serviço de Deus?