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| Realizadas num pensamento de fé, as peregrinações têm uma virtude santificadora que as almas dóceis nunca deixam de colher. |
17 de fevereiro: São Silvino, bispo (718)
Silvin, de uma ilustre família da Gália, nasceu em Toulouse e passou parte de sua juventude na corte de Childerico II e Thierry III, reis da Nêustria. Para agradar seus pais, ele havia prometido se casar com uma pessoa de condição; mas seu desejo de abraçar uma vida mais perfeita o fez voltar atrás e deixar sua família e sua terra natal para empreender diversas peregrinações. Ele viajou para a Palestina e visitou os lugares sagrados. Ao retornar, foi venerar o túmulo dos santos Apóstolos em Roma, e o soberano pontífice lhe conferiu o título de bispo regional, ou seja, com a missão de pregar a fé nos países ainda idólatras.
A Picardia foi o principal teatro de suas obras apostólicas, e seu zelo trouxe muitas conversões. Ele era tão humilde, tão gentil, tão mortificado! Ele foi amado como um pai, honrado como um rei, ouvido como um santo. Liberal com os outros, ele se contentava com pouco para si: algumas frutas ou vegetais eram sua comida, tábuas ou terra nua sua cama. Muitas vezes ele deu suas próprias roupas aos pobres. Ele libertou vários cativos em terras distantes. Imbuído da grandeza dos nossos santos mistérios, ele queria para o ofício divino a pompa das cerimônias, cânticos majestosos e ricas decorações; ele exigiu que sempre houvesse alguns adoradores aos pés do santo sacramento.
Em meio às incessantes ocupações de seu laborioso ministério, ele encontrava tempo todos os dias para pensar em sua alma, ou melhor, mantinha um contínuo recolhimento interior, que era uma oração ininterrupta.
Perto do fim de sua vida, ele suportou longos sofrimentos com resignação angelical e morreu em paz, num êxtase em que viu o céu entreaberto. Seus restos mortais repousam no mosteiro de Auchy, em Artois, que ele fundou.
Os habitantes de Thérouanne, Boulogne, Calais e países vizinhos devem-lhe o benefício da fé.
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| Abadia de Auchy-lès-Hesdin (França) |
