sábado, 30 de novembro de 2024

DEVOÇÕES PELOS MORTOS

Terços das almas do Purgatório

1º MODO DE REZAR O TERÇO

Reza-se, dizendo em cada conta do terço comum as duas orações seguintes, que são, ao mesmo tempo, as mais curtas e as mais indulgênciadas. 

I. — Nas contas grandes recitam-se os atos de fé, esperança e caridade, com as seguintes fórmulas: 

Creio em vós, Senhor, porque sois a verdade eterna. 

Espero em vós, Senhor, porque sois a fidelidade suprema. 

Amo-vos, Senhor, porque sois a bondade infinita. 

O Papa Bento XIV ligou a estes atos: 

1. » 7 anos e 7 quarentenas de Indulgência. 

2. " Indulg. plenária, cada mês, tendo-os recitado ao menos uma vez por dia. 

Indulg. plenária, em artigo de morte, tendo-os recitado muitas vezes durante a vida. 


II. — Nas contas pequenas, diz-se a invocação: 

Doce Coração de Maria, sede minha salvação. 

1º O Santo Padre Pio IX concedeu 300 dias de indulg.

2.° Indulg. plenária, cada mês, pela recitação diária. (As indulgências plenárias nas condições do costume: confissão, comunhão, visita de um oratório público e orações segundo a intenção do Papa.) 

III. — Antes do terço faz-se devotamente o sinal da cruz. 

Depois, o seguinte oferecimento ou algum semelhante: 

Meu Deus, pelo dulcíssimo Coração de Maria eu vos ofereço as indulgências que puder ganhar, e rogo-vos que as apliqueis às almas (ou a tal...) do Purgatório. 

Três ou quatro minutos bastam para recitar-se este terço. Pode-se ganhar de cada vez pelas almas do Purgatório muitas indulgências. 

Não é preciso dizer estas orações com um terço nas mãos. As indulgências são ligadas às fórmulas e não ao modo. Basta que sejam recitadas em estado de graça, isto é, livre a alma de pecado mortal e contrita dos veniais.

2º MODO DE REZAR O TERÇO

Primeiro Terço

V. Deus vinde em meu socorro,

R. Senhor apressai-vos em socorrer-me. 

V. O Repouso eterno dai-lhes Senhor,

R.: E a luz do perpétuo esplendor. 

1ª Dezena

Eu ofereço, meu amorosíssimo Jesus, pelas almas aflitas do Purgatório, cada um de todos os tormentos, penas e dores de vossa santa Paixão e Morte penosíssima de Cruz, e o Sangue preciosíssimo que derramastes, para nosso remédio e salvação. 

Padre N., 10 Repouso eterno, Ave-Maria. 

Eu vos ofereço, meu benigníssimo Jesus, pelas almas aflitas do Purgatório, aquela piedosa súplica que fizestes ao Eterno Padre, orando no Horto, quando entristecido e amedrontado, pela vista de quanto devíeis sofrer, lhe suplicastes que retirasse de vós o amargoso cálice da Paixão: e também aquela inteira e santa resignação com que, sujeitando-vos depois à sua divina vontade, lhe dissestes: Faça-se, eterno Pai, não a minha, mas a vossa vontade. 

Padre N, 10 Repouso eterno, Ave-Maria. 

 

Eu vos ofereço, meu clementíssimo Jesus, pelas almas aflitas do Purgatório aquele sacro e vivo Sangue que, à força de dor interna, também suastes angustiado, ó meu Jesus, orando no Horto, em tanta abundância, que, correndo em copiosas torrentes, de todo o vosso santíssimo' Corpo, até chegou a banhar a terra. 

Padre N., 10 Repouso eterno, Ave-Maria. 

 

Eu vos ofereço, meu piedosíssimo Jesus, pelas almas aflitas do Purgatório, aquele vergonhoso ultraje de serdes conduzido amarrado, como um malfeitor, à casa do' pontífice Caifás onde, com aspecto feroz, vos recebeu no meio dos vossos inimigos, os quais, todos aí congregados, como lobos raivosos, estavam esperando-vos, manso Cordeiro. 

Padre N., 10 Repouso eterno, Ave-Maria. 

5ª 

 Eu vos ofereço, meu misericordiosíssimo Jesus, pelas almas aflitas do Purgatório, aquele admirável silêncio, quando, levantando-se contra vós, inocentíssimo Senhor, tantos falsos testemunhos, não abristes a boca em vossa defesa; 

mas tudo sofrestes com paciência, dando-nos exemplo para seguirmos a vossa mansidão. 

Padre N. 10 Repouso eterno, Ave-Maria. 

OFERECIMENTO 

(Esta oração se diz no fim de cada terço

Eu vos rogo, meu clementíssimo Jesus, pela grande doçura do vosso Coração, que tenhais piedade das almas aflitas, que estão penando no Purgatório. Lembrai- vos, Jesus amorosíssimo, de tantas misericórdias conosco tão prodigamente repartidas. Lembrai-vos das penas, das chagas, dos sofrimentos, das feridas e das dores que suportastes. Lembrai-vos de todas as gotas de vosso precioso sangue, que pelos homens derramastes. Lembrai-vos, enfim, da morte penosíssima, que, por nós pecadores, com tanto amor padecestes. 

Eu por tudo isto vos rogo humildemente que derrameis sobre aquelas almas aflitas a virtude, a eficácia, o fruto e a graça dos mencionados vossos trabalhos e da vossa Paixão, para que, aliviadas daquelas penas, fiquem inteiramente livres e salvas. Lembrai-vos, Jesus misericordiosíssimo, que são vossas filhas diletas, vossas queridas amigas, por vós remidas e por vós eleitas para a glória do Paraíso. Basta de vossa justiça; que já por bastante tempo elas têm penado no fogo. E, se ainda têm que purgar por vosso respeito, sejam benignamente absolvidas: pela infinita misericórdia. Nas vossas mãos eu as entrego, piedosíssimo Senhor meu Jesus Cristo, e a vós de todo o meu coração as recomendo.

 

Segundo Terço

1ª Dezena 
 
Eu vos ofereço, meu amantíssimo Jesus, pelas almas aflitas do Purgatório, todas aquelas penas e desprezos que sofrestes, quando estivestes nas mãos daquela iníqua e cruelíssima gente, cheia de raiva e de furor; pois, não cessaram os pérfidos de afligir-vos excessivamente, com pontapés, bofetadas, e escarros no rosto; e mais com blasfêmias e injurias. 

Padre N., 10 Repouso eterno, Ave-Maria. 

Eu vos ofereço, meu caríssimo Jesus, pelas almas aflitas do Purgatório, aquele santo pudor virginal que, sobremodo, vos acometeu, quando os ímpios judeus vos despiram para amarrar-vos à coluna; e aquela tão grande dor que também sentistes, quando tão fortemente vos apertaram as cordas. 

Padre N., 10 Repouso eterno, Ave-Maria. 

Eu vos ofereço, meu piedosíssimo Jesus. pelas almas aflitas do Purgatório, aquele excessivo tormento que sofrestes, quando fostes tão desapiedada e cruelmente flagelado; e a grande dor que sofreu a vossa Mãe Santíssima que, quantos golpes eram dados nas vossas inocentíssimas e santas carnes, tantos ela sentia darem-se-lhe no seu puríssimo Coração. 

Padre N., 10 Repouso eterno, Ave-Maria. 

4ª 

Eu vos ofereço, meu piedosíssimo Jesus, pelas almas aflitas do Purgatório, aquela extrema dor que, também, experimentastes, quando fostes injustamente coroado de agudíssimos espinhos; e aquele sacratíssimo sangue que da cabeça e de todas as chagas do corpo saiu, pela nova e ás-pera flagelação. 

Padre N. 10 Repouso eterno, Ave-Maria. 

5ª 

Eu vos ofereço, meu misericordiosíssimo Jesus, pelas almas aflitas do Purgatório, aquele duro sentimento que vos magoou, quando os pérfidos judeus, todos a uma voz, gritaram: — crucificai-o, crucificai-o, — pedindo que a Vós, ó meu inocente Senhor, fosse dada, sobre o infame patíbulo da Cruz, a morte e ao facinoroso Barrabaz a vida; cujas vozes foram tão agudas setas, que traspassaram cruelmente o vosso coração, e o da vossa dolorosa Mãe Maria. 

Padre N., 10 Repouso eterno, Ave-Maria. 

 

Terceiro Terço

1ª Dezena 

Eu vos ofereço, meu benigníssimo Jesus, pelas almas aflitas do Purgatório, a grande fadiga que suportastes, carregando, desfalecido e magoado, até ao monte Calvário, a Cruz, que, por ser mui pesada, tornou maiores e muito mais agudas vossas dores. 

Padre N., 10 Repouso eterno, Ave-Maria. 

 

Eu vos ofereço, meu benigníssimo Jesus, pelas almas aflitas do Purgatório, aquele feroz e acerbíssimo martírio que, com requintadas penas e dores, amargamente sofrestes na penosíssima crucificação; e aquele grave tormento que também sentistes, estando vivo três horas na Cruz pois que, estando todo o sagrado corpo cheio de chagas, furadas as mãos e os pés e coroada a cabeça de agudíssimos espinhos, o estar assim pendurado vos causou acerbíssima aflição e dor. 

Padre N. 10 Repouso eterno, Ave-Maria. 

3ª 

Eu vos ofereço, meu clementíssimo Jesus, pelas almas aflitas do Purgatório, aquela lastimosa e compassiva lamentação que fizestes na Cruz, de vos verdes abandonado do Eterno Pai; e quando, vendo também que o Céu retirava de vós os seus amorosos confortos, todo doloroso e desconsolado, dissestes: — Meu Deus! meu Deus! por que me desamparastes? 

Padre N., 10 Repouso eterno, Ave-Maria. 

4ª 

Eu vos ofereço, meu clementíssimo Jesus, pelas almas aflitas do Purgatório, aquela última dor que sentistes, ao separar-se a vossa alma do corpo, quando, encomendado vosso espírito ao Pai, com lágrimas nos olhos, em alta voz, dissestes: — Pai, nas vossas mãos encomendo o meu espírito. 

Padre N., 10 Repouso eterno, Ave-Maria. 

5ª 

Eu vos ofereço, finalmente, misericordiosíssimo Jesus, pelas almas aflitas do Purgatório, todas as dores que sofreu a vossa bendita Mãe, em cima do monte Calvário, não só quando ela vos viu penar entre tantos espasmos e dores, e morrer, na Cruz, com tanta ignomínia; mas também, ao ver-vos traspassado pela lança cruel, no vosso sacratíssimo lado; ao ver-vos descido da Cruz, e depositado nos seus braços; ao ver-vos, enfim, encerrado no santo sepulcro, banhado de lágrimas desta vossa saudosa Mãe e minha magoada Senhora. 

Padre N., 10 Repouso eterno, Ave-Maria.



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